O que é?
A Marcha das Margaridas é um movimento que reúne mulheres rurais, agricultoras familiares, trabalhadoras do campo e da floresta no Brasil. Ela busca promover a igualdade de gênero, a justiça social e melhores condições de vida e trabalho para as mulheres do campo.Teve sua primeira edição em 2000, inspirada pela líder sindical Margarida Maria Alves, assassinada em 1983 por lutar pelos direitos dos trabalhadores rurais no Nordeste do Brasil. A marcha é organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) e outras organizações, e recebe apoio de diversos grupos e entidades.
Como atuam?
A marcha das margaridas é um movimento formado por mulheres trabalhadoras e marginalizadas de todos os lugares e origens, que atuam promovendo a segurança alimentar, defendendo o ecossistema e sua sociobiodiversidade, juntamente da preservação de conhecimentos passados de gerações em gerações.
Esse movimento já teve sua sétima marcha anual em Brasília, e representa resistência contra a opressão e preconceitos que a mulher, especialmente da classe trabalhadora, sofre diariamente.
Por que o nome "Marcha das Margaridas"?
A origem do nome e da data da “marcha das margaridas” é uma homenagem a margarida Maria Alves,que foi assasinada em 12 de agosto de 1983. Ela era presidente dos trabalhadores rurais de Alagoa Grande e foi assasinada a mando de latifundiários da região.
Margarida Maria Alves lutava pelos direitos trabalhistas das mulheres e o fim da violência no campo, ela ficou 10 anos à frente dessas manifestações e lutando por todos esses direitos tão importantes para as mulheres.
Linha do Tempo
2000: A primeira Marcha das Margaridas aconteceu em agosto do ano de 2000 e reuniu cerca de 20.000 trabalhadoras rurais em Brasília/DF. Em adesão à Marcha Mundial de Mulheres, que mobilizou mulheres no mundo inteiro contra a fome e a violência sexista, as trabalhadoras rurais protagonizaram a maior mobilização de mulheres do movimento sindical tendo como lema: “2000 razões para marchar contra a fome, a pobreza e a violência sexista”.
2011: Mobilização que fortaleceu o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, qualificou a inserção política de suas participantes e promoveu a agenda feminista e sindical em espaços importantes de negociação de políticas públicas, e de diálogo com a sociedade.
2019: A Marcha das Margaridas decidiu lançar a Pauta das Margaridas, onde comunicam um novo projeto de sociedade mais justo, equitativo, feminista, agroecológico e antirracista. A partir de 2019 começou a se solidificar então como uma ação política de formação com todas as mulheres, principalmente as do campo, das florestas e das águas, ampliando o ato simbólico que acontece nas ruas do dia 12 de agosto, e tornando todo o processo de construção das mesmas como um processo de construção formativo com essas mulheres.
2023: As mulheres, notadamente, as mulheres negras, trabalhadoras, do campo, da floresta e das águas têm vivenciado os efeitos danosos da ausência dessas políticas no seu cotidiano. E isso significa que direitos lhes foram negados, assim como foram negadas existências e possibilidades de cuidado, proteção e segurança. Por isso essas mulheres se propuseram a marchar para RECONSTRUIR tudo o que foi destruído, e em condições nada fáceis: esse é o tamanho do desafio que está colocado também para a Marcha das Margaridas 2023.
Por: Esther Steffen, Erik Carvalho, Vitória Tabaldi e Isadora Motterle.
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